quarta-feira, 18 de março de 2009

Tribo "nada a ver "


O título não se refere a um grupo de índios que busca a demarcação de suas terras, mas a uma geração sem referencial de valores, e de fracos conceitos.
Ficamos boquiabertos quando temos informação de crianças sendo jogadas pela janela (caso Isabela); de uma filha que mata os pais a paulada, enquanto dormem (caso Suzane); e de tantos outros que acontecem todos os dias, nem sempre presentes no noticiário...
Outro dia vi um anúncio de uma faculdade que dizia: "FAÇA PARTE DA GERAÇÃO QUE COLOCA A CARREIRA EM PRIMEIRO LUGAR". A propaganda parecia bonita, mas é o sintoma da doença de uma geração que prioriza a profissão, o divertimento e algum capricho de momento, sem se preocupar com o caráter e os valores que mais importam. No festival de "deixa pra lá", coisas que deveriam estar em primeiro lugar, ficaram em segundo, e, algumas vezes, nem existem.
Qual a motivação do investimento na carreira?
Qual a finalidade do trabalho?
O trabalho e a carreira são a "finalidade" ou o "meio"?
Qual a vantagem de uma casa sem família?
Do que adianta ter muitos colegas e não ter nenhum amigo de verdade?
Onde está o divertimento, quando flagelo minha saúde e transtorno o meu interior?
TER é mais importante do que SER?
Coisas são mais importantes do que pessoas?
Como ter sentido para viver, sem entender o sentido da vida?
O que esperar de uma geração cujo principal objetivo é a próxima balada, e a visão da vida é inspirada na novela das oito?
Perguntas muito complexas e profundas para quem tem uma vida rasa! Considera-se melhor fazer o que der vontade, de forma inconseqüente, e dizer : "tem nada haver". Ver os filhos demonstrando desvio de caráter e não corrigi-los, dizendo: "tem nada haver". Ouvir qualquer coisa; andar com qualquer pessoa; compactuar com qualquer atitude ou moda e dizer: "tem nada haver".
A "Tribo Tem Nada Haver" é formada por pelo menos 3 grupos:
Os pais que matam filhos, sem nem mesmo jogá-los da janela (Matam pela educação que dão e/ou até pela omissão).
Os inconseqüentes (Pessoas que querem caminhar, não importa aonde leva o caminho).
Os que seguem a maioria ou alguma tendência na sociedade. Embora as multidões, muitas vezes, estiveram na contramão do lugar correto (exemplo: geração de Noé; geração de Sodoma e Gomorra; etc...)
O problema não está no fato de que cada um tem um modo de pensar - nem tudo está condicionado a opinião publica, e, quando se chega a ter alguma maturidade, entende-se que a multiplicidade da vida não esta em assumir um comportamento baseado só na vontade, que brincar com coisas importantes causa catástrofes; de uma pequena semente é gerada uma enorme árvore...
O fato de pessoas pensarem diferente, não altera nem coloca como relativo o que é certo e errado. Muitas pessoas criam "poesia" em cima de suas atitudes incoerentes até que desembarcam em uma vida confusa e sem parâmetros, e, perplexas, não entendem como chegaram lá.
Brinca-se de relacionamento e despreza-se os valores de família, até que explode na sociedade uma série de situações, que, embora deixem alguns "abismados", são totalmente previsíveis dentro do contexto criado, de viver uma vida baseada única e tão somente em "curtição".
Uma casa se constrói com pequenos tijolos, assim como a formação de um ser humano é composta de pequenas atitudes, que levam ao tipo de pessoa. Todas as coisas boas partiram de algum lugar, do mesmo modo, coisas que hoje nos assustam, são parte de algo anteriormente cultivado ou negligenciado.
Resolveríamos, provavelmente, o problema dos sem terra, com propriedades e subsídios. Mas o desafio maior é resolver o problema dos: sem conceitos, sem valores, sem visão, sem referenciais, sem objetivos, sem discernimento, sem compromisso, sem identidade e é claro, o problema dos sem Deus...
Será que não haverá mais pessoas nesta geração dispostas a deixar um legado? A olhar para trás e se orgulhar do que fizeram? Será que sempre se achará normal ao conversar com um jovem, perceber que 99% do que fala num dialogo, não se aproveita nada? Será que nossa conduta sempre será superficial a ponto de não observar o significado das coisas, e em uma auto-reflexão dizer: "tem nada haver"...
Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Filipenses 3: 12.

Um comentário:

  1. Bina, uma ótima reflexão. Estamos vivendo em um mundo onde cada a cada dia as pessoas se alienam e acreditam que o TER e fazer tudo inconsequentemente é o que vale. Creio que com pequenas atitudes tem que ser tomadas, para aos poucos alterarmos essa dura realidade. Mostrar que não somos somente uma máquina de fazer dinheiro, ou coisas do gênero, e sim "seres humanos", que possuem sensibilidade para amar e fazer bem ao próximo.
    Beijão

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